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Conhecendo Veneza em 3 dias.

  • Foto do escritor: Fabio Pereira
    Fabio Pereira
  • 31 de jan. de 2017
  • 15 min de leitura

Hoje esteve na agência duas clientes que estão embarcando em julho para um cruzeiro saindo de Veneza e para aproveitar a viagem me pediram sugestões para uns dias magníficos nesta cidade encantadora. Isso me inspirou (depois de 5 visitas) a criar um roteiro que resolvi compartilhar com vocês.

Veneza é uma cidade que deve ser desvendada e nisso o Google Maps não te ajuda. A overdose de locais a se visitar são inúmeras, perdidas no emaranhado de canais, pontes, vielas e becos sem saída. A dica que eu dou é deixar Veneza te levar, sem receios e ansiedade em se perder, pois o melhor dela é a sua teia de lugares que abraça a todos que a visitam, pois aqui quem manda é a cidade.

Da famosa Piazza San Marco com sua basílica, o Palazzo Ducale, a Torre dell´orologio e o Campanário, passando pela Punta della Dogana, ou em direção às ilhas de Burano, Murano e Torcello, seus becos com pátios belíssimos são um convite a descoberta. A ponte do Rialto e seus canais de água esmeralda repletos de gôndolas, barcos e vaporettos a circular na água com cor de esmeralda nos fazem ser levados a descoberta. Se você se perde pela cidade-natal de Marco Polo, Vivaldi e Tintoretto descobre uma Veneza conservadora, ao mesmo tempo que é familiar, artística, religiosa e fashion. Os seus edifícios e monumentos repletos de mármores, as varandas e as cores dos seus edifícios são o completo da paisagem.

Mesmo que pense que somente 3 dias em Veneza é pouco, você pode unir o melhor dela sem perder nenhum ângulo.

Guia para 3 dias em Veneza

1º dia - San Marco e arredores

Piazza di San Marco

Eu digo que a Piazza di San Marco é o hall de entrada de Veneza e o salão a céu aberto mais elegante da Europa. Esta imponente praça do século IX é o começo da jornada por Veneza, onde você pode sentir o que vem pela frente. Do charme do café Florian com sua orquestra, passando pela multidão de turistas com máquinas em punho, esta praça é um espetáculo quase patrimônio de Veneza. Dela você avista os mais importantes pontos de Veneza como a Basílica, o Palazzo Ducale, o Campanário, a Torre dell´orologio (torre do relógio), a ala Napoleônica e a Biblioteca Marciana.

Basilica di San Marco

Esta obra prima da arte bizantina fora do império Oriental e nos obriga a olhar para cima, seja vista de fora ou de dentro. Mesmo os nem tão religiosos, ou sensíveis à arquitetura não ficam sem admirar, sendo impossível ficar indiferente.

Campanário

O prédio mais alto de Veneza, com seus 98,5 metros, foi construído entre os séculos IX e XII. Em 1902 ela ruiu, e reconstruída na forma atual em 1912. É chamada pelos venezianos de “Il signore della casa” ou Senhor da casa. Se tiver fôlego para subir até o topo pode-se ter uma vista panorâmica sobre o Grande Canal, a Piazza di San Marco e a Laguna, onde está uma estátua de três metros de altura do Arcanjo Gabriel sobre um cata-vento. Os venezianos acreditam que quando o anjo gira em direção à Basílica significa que a Acqua Alta está para chegar.

Palazzo Ducale (Palácio Ducal)

Este Palácio monumental, construído entre 1309 e 1424. Exige por si só umas 3 horas da sua agenda, devido à riqueza patrimonial que ali se encontra. Considerado uma obra de arte, símbolo máximo da arquitetura gótica, o palazzo foi “casa” do Doge, dirigente máximo da antiga República de Veneza (antes da unificação italiana) por séculos. A entrada se dá por baixo de uma arcada do século XII e tem um itinerário secreto que deve ser agendado com antecedência e que te leva a uma visita guiada por pequenas celas, entre as quais onde esteve Giacomo Casanova, passando pela Sala dos Inquisidores e os espaços de controle e poder, entre outros.

Ponte dei Sospiri (Ponte dos Suspiros)

É um dos pontos mais inevitáveis de Veneza. Olhar para esta ponte que faz a ligação entre o Palazzo Ducale e o antigo Presídio (ou Prigioni Nove), é um recuo no tempo de séculos, até porque a história desta ponte nos remete ao passado, em um tempo que os prisioneiros, ali suspiravam para quem sabe um dia ter sua liberdade, pois esta ponte era a última visão da cidade antes da reclusão.

Riva degli Schiavoni

Um dos grandes calçadões de Veneza, que começa no Palazzo Ducale em direção a Sant´Elena, região conhecida pelo seu parque e por ser sede da Bienal de Veneza. É um calçadão conhecido mundialmente construído no século IX, e onde paravam os pescadores do mar Adriático. No seu trajeto pode-se admirar a estátua em homenagem a Victor Emanuel II e a Igreja de Santa Maria della Visitazione, a Pietá veneziana.

Sant´Elena (Santa Helena)

Seguindo pela Riva del Schiavoni chega-se Sant’Elena (Santa Helena), um pequeno pedaço de óasis no meio do Sestiere de Castello. Considerado o lado mais calmo de Veneza, este bairro afastado do barulho turístico e onde você pode ter o maior contato com o cotidiano de Veneza. Famílias em passeio, pessoas fazendo jogging ao final do dia, casais namorarando e jovens de bicicleta. Perto fica a Igreja de mesmo nome que o bairro fica os jardins da Bienal de Veneza.

Ponte Rialto e o Gran Canale (Grande Canal)

A ponte do Rialto é uma das quatro majestosas pontes que unem as margens do Grande Canal, considerada uma das ex-libris de Veneza. Por baixo dos arcos quebrados que ostenta, passam diariamente centenas de embarcações. Considerada a ponte mais antiga da cidade, foi construída entre 1588 e 1591 e projetada por António da Ponte. Possui duas rampas em escadas dos dois lados. Habitualmente é o ponto de referência para encontros entre turistas e venezianos.

Durante o verão, à noite, não se espante em ver os jovens saltando dela para o grande canal, como se uma piscina.

Confira na galeria abaixo algumas fotos destes pontos turísticos:

2º dia - Parte alta

Mercado Rialto

Os venezianos afirmam que o Mercado Rialto (do latim Rivus Altus, ou rio alto) é o coração de Veneza. De terça a sábado, o mercado mostra o que há de mais autêntico. Peixes cor-de-rosa, pretos, cinzentos, polvos, lulas, mariscos, todos mergulhados em gelo, com homens de braços musculosos a cortá-los. Vê-se ainda beringelas, aspargos, morangos, pimentas, flores e uma agitação de vozes e um burburinho que dá vida ao mercado.

Riva degli Vin

Este calçadão, com margem do lado de San Polo vai até à Igreja de São Silvestre e se alonga pelo Gran Canale. O nome tem origem do fato de esta ser a margem onde aportavam os barcos com vinho até ao século XIX, onde funcionava uma espécie de alfândega.

Fondaco dei Tedeschi

Este imenso armazém original do século XIII, reconstruído no século XVI, pertenceu aos mercadores alemães (daí o nome tedeschi que em italiano significa alemães). Imponente ao piscar de olho das máquinas fotográficas, é imponência típica do Renascimento Italiano. Pitoresca, tem quatro andares, sendo o primeiro apenas acessível por água, por onde entravam as mercadorias.

Este é um edifício exemplar da época áurea de Veneza como importante entreposto comercial.

Palazzo dei Camerlenghi (Palácio dos Camerlengos)

Sem vizinhos para lhe possam roubar o protagonismo, este edifício de estilo renascentista, foi dos primeiros a ser construído para servir propósitos administrativos, ainda no século XVI. A função permanece a mesma até hoje e sua imponência fez com que fosse cobiçado por Napoleão Bonaparte durante as invasões francesas, em parte por conta das grandes obras de arte que ali estavam. Algumas estão espalhadas pela Europa, e as que foram recuperadas estão na Galeria da Academia.

San Giovanni Elemosinario

Não é fácil de achar porque fica escondido entre quiosques de souvenirs e só aparece como ponto de interesse se olharmos por entre as distrações das compras. É uma igreja feita em tijolo, de estilo renascentista e reconstruída depois de um incêndio que em 1514 destruiu parte do Rialto. Lá dentro pode-se apreciar os afrescos e os anjos de Pordenone.

San Giacometto

É considerada a igreja mais antiga de Veneza, mas hoje é uma sala de concertos. Datada do século XI e localizada no coração do Rialto, esta pequena igreja conta um relógio solar e está ligado à história do desenvolvimento do comércio da região.

Por exemplo, se olharmos com atenção vamos conseguir ler, no exterior, uma inscrição que recomenda aos comerciantes serem honestos e justos nos seus negócios.

Cannaregio

É o bairro mais setentrional de Veneza, considerado um dos legados mais genuínos da vivência veneziana por ser uma área estritamente residencial. Aos finais de semana, quando o bom tempo permite, é comum ver os venezianos limparem os barcos, mães passeando com carrinhos de bebê ou ainda ver roupa secando de um lado a outro entre os prédios.

É também a região onde há menos turistas, embora a região seja conhecida por seus restaurantes e pequenas, mas charmosas osterias para petiscar.

Igreja da Madonna Dell’Orto

Se andar por Veneza com mais de 20 igrejas pode nos tornar saturados ou imunes à elas, não há dúvida que a Madonna Dell’Orto, em Cannaregio nos rouba o olhar. A primeira impressão é a de um grande edifício em tijolo, que parece cor-de-rosa por causa da luz refletida sobre ela. Construída no século XIV esconde no interior obras de arte de Tintoretto, Palma di Giovane, Cima da Conegliano, apenas para citar alguns.

Casa del Tintoretto

Não é tão fácil chegar ao número 3399 da Fondamenta de i Mori, onde morou o famoso pintor veneziano do século XVI Tintoretto, cujo nome de nascimento é Jacopo Robust. Atualmente um ateliê de impressão (La Bottega del Tintoretto), que usa antigas máquinas de impressão e técnicas de outros tempos para imprimir na madeira, fazer gravuras e outros tipos de gravações.

Há vários artistas que vêm de propósito aprender as técnicas de Roberto Mazzetto, o atual inquilino deste ateliê.

Ponte da Constituição

Em geral os venezianos a detestam. É a ponte mais nova que liga o Gran Canale à Piazzale Roma, de onde saem os ônibus e o Tram para Mestre. Tem a assinatura do famoso arquiteto espanhol Santiago Calatrava. Foi erguida em 2007 sob grandes protestos políticos e da própria população. É conhecida como a Quarta Ponte do Grande Canal, Ponte da Constituição ou ainda Ponte Calatrava.

Atravessar os tubos de aço e vidro temperado parece desenquadrado da arquitetura clássica e renascentista que percorre toda a cidade, mas aponta para um universo futurista.

Ponte Dell’Accademia

Esta ponte em arco foi construída inicialmente em ferro, ainda no século XIX. Hoje é em madeira, com alguns elementos metálicos e liga à área acadêmica. Tem sido sobretudo ponto de encontro entre casais para colocarem os famosos cadeados de amor. Atravessá-la faz-nos sentir acima da cidade. Embaixo dela artistas pintam o cotidiano, imortalizando-a.

Squero San Trovaso

É nesta região que está localizada a única oficina de reparação de gôndolas da cidade, autorizada a funcionar legalmente. Nela trabalham cerca de seis artesãos que restauram, pintam, lixam, recuperam ou reparam, a céu aberto, estas emblemáticas embarcações patrimônio da cidade. Há cerca de 430 gondoleiros registrados na cidade, entre os quais somente uma é mulher.

Ao todo fabrica-se uma gôndola por ano, que chega a custar mais de 20 mil euros e é feita com 8 tipos de madeira. A sua construção segue regras legais da comuna de Veneza, o governo local.

A entrada para esta oficina é simples e apertada, mas convém pedir autorização para entrar, mas o normal é ver estes homens trabalhando do outro lado do canal.

Dorsoduro

É um bairro curioso e engraçado. Fica na zona meridional e deve o nome ao fato de ter a terra mais dura nessa região do que nas outras áreas. É considerada uma área boêmia, onde ficam as Galerias da Academia e a Universidade.

A maioria dos artistas que passaram pela cidade viveram nesta área como Peggy Guggenheim e Ezra Pound.

Punta della Dogana (Ponta da Alfândega)

Há qualquer coisa de mágico nesta “ponta-da-alfândega”. Local inevitável para apreciar uma grande parte da mística veneziana. Neste cruzamento movimentado entre o Grande Canal e o canal da Giudecca, está o Museu de Arte com a coleção Pinault (o Palazzo Grazi). Esta antiga alfândega passou por um demorado processo de restauro e revitalização.

Basílica de Santa Maria da Saúde

Imponente e cerimoniosa, ao mesmo tempo exuberante e simbólica, esta basílica de estilo barroco nasceu no século XVII como promessa para o fim da peste negra.

“Prometo solenemente erguer nesta cidade uma igreja e dedicá-la à Virgem Santíssima, chamando-a Santa Maria della Salute”, teria dito e prometido em 1630 Giovanni Tieopolo, o então patriarca da cidade. Fica bem ao lado da Punta della Dogana e foi erguida sob mais de um milhão de estacas para ganhar terreno ao mar.

Campanário da Igreja de San Giorgio Maggiore

Dizem que a vista do campanário da igreja de San Giorgio Maggiore (São Jorge Maior), feita com 368 graus, é melhor do que o campanário da piazza San Marco. Você pode ver a Piazza San Marco, o Grande Canal, a Giudecca, a Punta della Dogana, o mar, o porto, os barcos que vão e vêm ou ainda o Jardim-Labirinto de Borges.

Nesta igreja estão os últimos quadros de Tintoretto: “A Última Ceia” e a “Recolha do Maná” estão nas paredes do presbitério, a "Deposição" está na capela dos mortos.

Jardim-Labirinto Borges

Em 2011, como homenagem aos 25 anos da morte de Jorge Luis Borges, Veneza resolveu homenagear o escritor argentino apaixonado pela cidade. Este jardim-labirinto é o segundo maior do mundo. Para isso, a inspiração veio do conto “El jardín de los senderos que se bifurcan” ou "O Jardim dos luminosos que se bifurcam".

São dois quilômetros de labirinto, com 3200 plantas e informações em Braille. Foi concebido nos anos 80, pelo inglês Randoll Coate e concretizado pela Fundação Cini. É um local mágico na ilha de San Giorgio Maggiore, concebido para a reflexão.

3º dia - Navegando

Se em dois dias você caminhou, um com certeza você deve navegar, afinal de contas você está na cidade de 118 ilhas. Cada ilha possui uma peculiaridade a ser descoberta. Perca um dia visitando Murano, Butano e Torcello a bordo dos Vaporettos, barcos públicos que ligam toda Veneza.

Murano

Um nome que com certeza te leva a lembrar dos famosos cristais de Murano. Centro da indústria de cristais desde 1291, quando as fornalhas e os artesãos abandonaram Veneza devido ao risco de incêndios, Murano se tornou um ponto turístico a ser apreciado. Tal como Veneza, Murano é constituída por um aglomerado de pequenas ilhas. A viagem desde Veneza demora cerca de 15 minutos desde a Fondamente Nuove, em um trajeto de cerca de 1 quilómetro.

Murano foi fundada pelos romanos. Uma vez por aqui, vale a pena caminhar até à rua principal, separada pelo canal de pequenos barcos ancorados e cheio de pequenas lojas. Mas mais do que isso vale se perder no labirinto de pontes. Alguns pontos de interesse são:

Museo del Vetro (Museu do Vidro)

Situado no Palazzo Giustinian, é casa de uma vasta e requintada coleção de peças antigas. Neste palácio já chegaram a viver o bispos de Torcello e o bispo Marco Giustinian, que mais tarde comprou a propriedade e a doou à diocese de Torcello.

A coleção está organizada de forma cronológica, percorrendo a história do vidro. São milhares de objetos, com várias cores e formas. Nos séculos XV e XVI Murano era o principal centro de produção de vidro da Europa e hoje é visitada apenas pelos seus trabalhos. Atualmente existe um grande esforço na recuperação das memórias e histórias deste património artesanal veneziano. Há quem considere este um local demasiado turístico, mas para quem se interessa por História e quer conhecer melhor o DNA veneziano, é um local de passagem inevitável.

Basílica dei Santi Maria e Donato

É uma das mais antigas igrejas da Lagoa veneziana. Esta igreja da era medieval, construída entre os séculos X e XI, em estilo bizantino, com os seus vitrais emblemáticos guarda uma lenda: os ossos gigantes de um dragão vencido por São Donato. Consta que São Donato quando visitou Cefalônia, na Grécia, desafiou um dragão que atormentava a ilha. Parece que o religioso o teria vencido com uma simples cuspidela. Apesar da questão ser muito discutível, não há registos históricos de que o clérigo tenha estado na ilha. Até ao momento não foram autorizadas quaisquer trabalhos científicos para analisar os ossos. Ainda assim os legendários ossos estão lá, perto do altar, embora os mais cautelosos afirmem tratar-se provavelmente, de restos de uma baleia ou de um animal da Idade do Gelo.

Burano

Burano é um charme que mais parece uma casa de bonecas em tamanho real. Parece surrealista até porque a torre da igreja está ligeiramente inclinada. É uma ilha povoada, cheia de vida com casinhas pitorescas, cujos reflexos dão cor aos canais. Não é de espantar que Burano seja o lugar ideal para matar o tempo em longas caminhadas.

É natural que você vai dar de cara com um pátio privado, que ouça as conversas sem querer, veja crianças brincando livre e levemente nas pequenas ruas limpas, ou veja os pescadores reparando seus barcos.

Entre pontes e lojas comerciais onde se vende belos trabalhos em renda e linho, passando pelas tratorias onde se pode comer peixe fresco e frutos do mar, Burano vai encantando.

Aconselhamos a usar a técnica do andar sem Google Maps como em Veneza para melhor desfrutar do acaso, mas recomendo visitar a:

Scuolla del Merletti

A população de Burano é de pescadores e fabricantes de rendas. Ainda vemos alguns homens a polir os barcos e a remendar as redes. Isso apesar do número hoje existente ser muito menor do que antes. O mesmo acontece com as rendeiras. No século XVI, as rendas locais eram as mais famosas da Europa. São tão delicadas que se tornaram conhecidas pelo "punto in aria" ou pontos no ar. A indústria floresceu e foi fundada uma escola de produção de rendas, a Scuolla dei Merletti.

Torcello

É umas mais antigas e menor ilha da Lagoa de Veneza. Fica a 10 quilómetros da Piazza San Marco. Embora leve um pouco mais de uma hora de trajeto é um oásis. Por isso mesmo, talvez seja o local ideal para uma pausa na viagem, com um piquenique se o tempo assim o permitir.

Para chegar ao “centro” percorre-se um passeio, ao longo do canal da ilha. A ilha foi povoada entre os séculos V e VI, depois da queda do Império Romano, sendo uma das ilhas mais procuradas para refúgio. Esta ilha vale a pena a visita, não pela sua imponência patrimonial, mas por expor um lado da região mais desconhecido. Por exemplo, esta é ainda uma ilha de pescadores humildes, evidenciando uma cadência mais artesanal. Não se admira que em 1948, o escritor norte-americano Ernest Hemingway tenha escolhido a ilha como refúgio e inspiração, para escrever partes do livro “Across the River and Into the Trees”.

Em Torcello visite:

Catedral de Santa Maria dell’Assunta

Dez minutos depois de uma caminhada, passando pela ponte do Diabo, chegamos a uma das principais atrações desta pequena ilha. É ela que se impõe na paisagem, com uma enorme torre e a Igreja de Santa Fosca ao lado.

O estilo é bizantino-italiano e é um verdadeiro portal do tempo, pois data do ano 639. Imaginamos os segredos que não guardarão as paredes deste edifício religioso. O elemento artístico mais importante são os mosaicos, com uma representação do Juízo Final.

Museo Provinciale di Torcello

Este núcleo bem em frente à Catedral de Santa Maria della’Assunta, foi fundado no século XIX e tem um pequeno jardim interior e duas seções de visita: a parte arqueológica e a seção Medieval e Moderna.

O museu dispõe de uma coleção de trabalhos que refletem sobre a história da Lagoa veneziana, a partir de coleções privadas, achados arqueológicos e artefatos adquiridos por colecionadores, bem como artesanato descoberto em Torcello e ilhas adjacentes.

Fecha às segundas-feiras.

Giudecca

Nos tempos do Renascimento, esta ilha abrigou os aristocratas, embora já tenha sido reduto de presos. Trata-se de um pequeno arquipélago ao sul de Veneza, separado do centro pelo Canale della Giudecca e fica a cerca de 300 metros da cidade. Desde a Piazza San Marco, são cerca de 5 minutos de vaporetto.

Alguns dos habitantes famosos incluem o famoso artista Michelangelo. Os fantasmas de antigas fábricas deram lugar a hotéis cinco estrelas, colocando a Giudecca na moda. Por exemplo, o cantor Elton John comprou um apartamento na ilha.

Vale a pena perder-se e passear. Ao caminhar, o mais certo é “tropeçar” na Igreja do Santíssimo Redentor, construída no século XVI para comemorar o fim da peste negra que matou mais de 30% da população de Veneza, cuja celebração ocorre todo segundo sábado de Julho.

Lido

É considerada a "praia" dos venezianos e fica a 20 minutos de vaporetto da Piazza San Marco. Tem 18 quilômetros de extensão, com uma parede de areia e fica na entrada da Lagoa, separando-a do golfo de Veneza (Mar Adriático).

É nesta ilha que se realiza o festival cinematográfico da Bienal de Veneza e o Festival Internacional de Cinema, anualmente em Setembro.

Mazzorbo

Se estiver em Burano não precisa seguir em um novo vaporetto, pois desde a ilha há uma ponte de madeira, a Ponte Longo, que faz a ligação para este pequeno pedaço de terra. É considerada como uma extensão de Burano e por isso seja um pouco negligenciada turisticamente.

Por aqui impera a riqueza agrícola com campos de alcachofras, vinhas e extensos pomares. No passado esta ilha já teve uma importância por ser um grande centro econômico, depois transferido para Veneza.

Uma das atrações é a Igreja de Santa Catarina.

 

Dicas

- Andar em Veneza é se perder facilmente, porém se observar atentamente as placas amarelas instaladas nos prédios pode se ler "Per Rialto" ou "Per San Marco" com uma seta indicando.

- Se for andar de vaporetto compre o passe de 12 horas por 20 euros. O bilhete unitário custa 7,50 euros.

- “Campo” é o nome em italiano para uma grande praça (Campo San Cassiano, Campo Santa Margherita, etc).

- Se for comprar murano nas lojas de Veneza preste muita atenção. Infelizmente os produto "Made in China" chegaram aos muranos e comprar uma pirataria ao invés do legítimo é grande.

 

Curiosidades

- Veneza é a capital da região do Veneto, tem cerca de 270 mil habitantes, 60 mil no centro histórico e tem vindo a perder população na ilha nos últimos anos.

- Veneza é uma cidade turística e recebe perto de 14 milhões de viajantes por ano, portanto é comum ouvir falar que os venezianos estão saturados dos turistas, mas isso não lhes retira a simpatia de ajudar com a mala entre pontes se o virem atrapalhado.

- A estrutura urbana de Veneza está divida em seis áreas: Sestieri, Castello, Dorsoduro, San Marco, Cannaregio, Santa Croce e San Polo. Tem 118 ilhotas ligadas por 354 pontes, divididas entre 170 canais.

​- Filmes rodados em Veneza: Indiana Jones e a última Cruzada; Italian Job; O Turista; Moonraker (1979) e Casino Royale (2006), ambos da saga James Bond; Morte em Veneza (1971); Casanova (2005), O Mercador de Veneza (2004);

 

Gastronomia

O primeiro conselho que dou sobre a gastronomia veneziana é esquecer as pizza e descobrir o peixe, o marisco, os petiscos e os pequenos sanduíches, tipo panini com queijo e uma qualidade incrível de mortadela. Claro que as pastas e os risottos também estão incluídos. Tomate, queijo e beringela são ingredientes comuns nos menus bem como o bacalhau amanteigado (baccalà Mantecato), herança dos tempos de mercadores do norte da Europa.

Outros pratos típicos são o Seppie col Nero (chocos, um tipo de marisco e respectiva tinta negra no risotto ou pasta), a Sardelle in Soar (sardinhas marinadas em cebola) ou o Caparossoli in Cassopipa (marisco com salsa).

 

Transportes

A única forma de se locomover em Veneza é a pé, de gôndola, barcos privados ou vaporetto (que são os barcos que fazem a ligação entre ilhas e aeroporto). Os carros ficam perto da Piazzale Roma, de onde saem e chegam os ônibus e trams para Mestre.

Os barcos-táxi só devem ser usados em último recurso devido ao seu alto custo.

 

Dinheiro / Custo de vida

A moeda oficial é o Euro (€). Veneza não é uma cidade barata e no centro turístico praticamente não se encontram supermercados ou mercearias.

 

Compras

Bolsas em couro, lenços elegantes, doces regionais, máscaras e artesanato em vidro de Murano são itens obrigatórios na lista.

 

Espero que depois deste guia você possa ter uma experiência incrível na sua viagem por Veneza.

Até a próxima!

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Desde 2008 trabalho no Turismo. Começei trabalhando a bordo de navios de cruzeiro, viajando e conhecendo as particularidades de diversas cidades e países, tendo contato e aprendendo com diferentes culturas. Com o passar do tempo descobri lugares secretos que muitos turistas não conhecem em suas viagens.
 

Depois de 4 anos a bordo, entre idas e vindas, decidi largar tudo e trabalhar na hotelaria e posteriormente com uma grande operadora de Turismo. Aprendi a parte do Turismo, aquela que não vemos quando compramos uma passagem ou reservamos um hotel.
 

E cada nova viagem vou me descobrindo "um turista sem ser turista", andando, aprendendo e vivendo como os locais. Descobrindo detalhes e coisas que os guias de viagem não mostram.

Aqui eu vou dar dicas, falar de algumas curiosidades, contar histórias e "perrengues" que passei nas minhas viagens, tirar as dúvidas que as pessoas sempre possuem sobre organização de viagem, além claro falar de Turismo na visão de quem trabalha no ramo.

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